O que fazer com a memória fraca? Ou a perda de memória?
Em geral, as pessoas não estão satisfeitas com sua memória. Esquecimento ou memória fraca pode ser manifestação de cansaço, estresse, depressão e baixa qualidade do sono, por isso, é importante procurar um médico para uma avaliação cuidadosa.
Em alguns casos, memória falha pode ser sintoma de comprometimento cognitivo leve, ou como é atualmente denominado transtorno neurocognitivo menor.
Comprometimento cognitivo leve é um termo utilizado para descrever um nível de declínio cognitivo que é visto como um estágio entre o envelhecimento normal e a demência e pode ser considerado, em muitas oportunidades, um pródromo de uma doença neurodegenerativa como, p. ex., a doença de Alzheimer.
Comprometimento cognitivo leve é comum?
Essa condição atinge, em geral, pessoas que estão na faixa dos 50 anos e, em alguns estudos, sua prevalência pode atingir 20% dos adultos com mais de 65 anos.
As pessoas com este transtorno podem permanecer estáveis, retornar à normalidade ou progredir para demência. Nesses casos de progressão, uma boa parte já tem um quadro degenerativo, mas não na fase de demência.
“O tesouro que eu supunha comum, é unicamente meu - verifico. Apesar de havermos vivido durante muito tempo as mesmas aventuras, cada um recolheu o que elas continham de si próprio.
Evocá-las, jamais repetirá o milagre de fazer com que sejam um elo entre nós se é que mesmo
naquele tempo estivemos unidos algum dia.” ( Osman Lins, Os Gestos)
Diagnóstico
No transtorno cognitivo menor ou comprometimento cognitivo leve, frequentemente, as pessoas queixam-se de perda de memória, mas a queixa cognitiva pode envolver outros domínios cognitivos, como, p. ex., a atenção, as funções executivas e a linguagem. Não basta a queixa cognitiva do paciente para o diagnóstico desse transtorno, é preciso documentar o déficit cognitivo por meio de testes neuropsicológicos.
Afetados com comprometimento cognitivo leve têm funcionalidade preservada no dia-dia. Pessoas com demência apresentam peremptoriamente prejuízos nas atividades instrumentais e/ou básicas da vida. Por isso, a avaliação da funcionalidade é crucial, muitas vezes, para distinguir entre esses dois diagnósticos.
Perante uma pessoa com déficit cognitivo, é também importante avaliar causas reversíveis (p. ex., hipotireoidismo, deficiência de vitamina B12) para este sintoma.
Entre os fatores de risco para comprometimento cognitivo leve, estão idade avançada, polimorfismo de APOE, déficits de visão e audição, patologias do sono, diabete e intolerância à glicose, aumento do colesterol, obesidade, hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, tabagismo, alcoolismo, depressão e baixa escolaridade.
Tratamento
O tratamento da hipertensão, diabetes e colesterol podem reduzir a progressão para demência. Há evidência que modificações do estilo de vida como dieta, exercício e estimulação cognitiva também possam ser úteis.
Não há tratamento farmacológico comprovado para curar ou impedir a transição de comprometimento cognitivo leve para demência, à exceção do aducanumabe, um anticorpo monoclonal, que atua eliminando o acúmulo de proteínas tóxicas aos neurônios e pode desacelerar a doença de Alzheimer. Se efetivo, esse medicamento poderá ser útil em casos comprometimento cognitivo leve, que evoluiriam para demência, cuja causa subjacente fosse o acúmulo de beta-amiloide.
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