Osvladir Custódio - Psiquiatria

Quais os sintomas de Doença de Alzheimer?

Osvladir Custódio • nov. 04, 2021

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O que é doença de Alzheimer?

A ameaça do alemão sobre todos nós.


Você já ouviu falar sobre doença de Alzheimer? As brincadeiras muitas vezes versam, quando se comete uma falha cognitiva, sobre a ameaça de que o alemão (Alois Alzheimer) ainda vai “te pegar”.

Para nós todos, interessa entender que demência é um termo geral, como as doenças pulmonares ou cardiovasculares, e pode ser causado por várias doenças ou condições médicas. Doença de Alzheimer é um tipo de demência. Especialmente, nas últimas décadas, o termo de doença ou demência de Alzheimer tem sido muito utilizado como diagnóstico médico e gerador de fortes emoções.

É uma preocupação frequente para parentes ou amigos quando o idoso se esquece de fatos importantes, repete-se em demasia, confunde alhos com bugalhos, atrapalhe-se com os medicamentos e perde-se em lugares conhecidos.


Doença de Alzheimer é comum?


Dentre os mais 50 milhões de pessoas com demência no mundo, demência de Alzheimer é responsável por cerca de 36 milhões (2018). De acordo com a Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz), no Brasil, 1,2 milhão de brasileiros tem doença de Alzheimer (2018). Em média, uma pessoa vive 8 a 10 anos após receber o diagnóstico, porém, pode viver até 20 anos, dependendo de outros fatores

Um quarto dos pacientes com doença de Alzheimer possuem familiares com a mesma doença. A maioria dos casos de demência de Alzheimer de início tardio (acima de 65 anos) é esporádica e, antes dos 60 anos, hereditária.


Quais são os sintomas de doença de Alzheimer?


Sintomas comuns de doença de Alzheimer:

  1. Perda de memória é um dos sintomas mais comuns. Em seu estágio inicial, o esquecimento é de informação recentemente aprendida. Os idosos podem esquecer nomes, eventos e datas e repetir as mesmas questões ou ainda precisar cada vez mais, para se lembrar ou fazer tarefas, dos familiares ou de alguma estratégia. Ocasionalmente, pode extraviar as coisas e não conseguir refazer as etapas para encontrá-las.  As pessoas com a doença de Alzheimer podem colocar as coisas em lugares incomuns e perdê-las. Podem acusar outras pessoas de roubar, especialmente à medida que a doença progride.
  2. Outra dificuldade é no planejamento ou na solução de problemas. Idosos podem cometer erros ocasionais ao gerenciar suas finanças ou suas contas domésticas. Pessoas com demência podem atrapalhar-se bastante ao seguir um plano, fazer uma receita, tomar medicamentos ou pagar suas contas, ter dificuldade em se concentrar e levar mais tempo para fazer as coisas do que antes. Às vezes, eles podem ter problemas para dirigir para um local familiar, organizar uma lista de compras ou lembrar as regras de um jogo favorito.
  3. As pessoas com Alzheimer podem perder a noção de tempo e de passagem do tempo.
  4. Dificuldade na percepção das dimensões e dos espaços é outro sintoma. Pacientes podem ter problemas para manobrar um automóvel,  montar um quebra-cabeças e interpretar corretamente um mapa.
  5. Podem ter problemas para nomear um objeto familiar ou nomeá-lo equivocadamente, encontrar a palavra certa e seguir, abandonar ou ingressar em uma conversa.
  6. Os indivíduos podem sofrer mudanças de julgamento ou na tomada de decisão. P. ex., eles podem julgar mal ao lidar com dinheiro ou prestar menos atenção à limpeza.
  7. Os indivíduos que vivem com Alzheimer podem sofrer alterações de humor e de personalidade. Eles podem ficar confusos, desconfiados, deprimidos, amendrontados ou ansiosos. Podem ficar facilmente chateados em casa, com amigos ou quando estão fora de zona de conforto. Com a dificuldade de iniciar ou manter uma conversa, podem retirar-se de hobbies, atividades sociais ou outros compromissos. Às vezes, ficam desinteressados pelas obrigações familiares ou sociais.


Como evolui?


Demência de Alzheimer é uma doença progressiva, podendo existir períodos de estabilidade. A progressão ocorre geralmente de maneira mais rápida nas formas hereditárias da doença.

Nos quadros de demência da Doença de Alzheimer, normalmente observa-se um início lento dos sintomas (meses ou anos) e uma piora progressiva das funções cerebrais. Evolui com piora da memória, desorientação, dificuldades de linguagem e no reconhecimento de pessoas. A funcionalidade vai caindo. A pessoa perde a capacidade para andar, sustentar a cabeça e deglutir. Nas fases moderada e grave, perde o controle dos esfíncteres.  Pode apresentar sintomas de apatia, depressão, alucinações delírios, irritabilidade, agitação e agressividade.


Como é o diagnóstico?


O diagnóstico da doença de Alzheimer é clínico, isto é, depende da avaliação feita por um médico, para elaborar, com base da história, testes cognitivos, avaliação da funcionalidade e os exames do paciente, a melhor hipótese para a causa da demência. Medicamentos com propriedades anticolinérgicas podem prejudicar a cognição.

Como em outros tipos de demência, a certeza do diagnóstico só pode ser obtida por meio do exame microscópico do tecido cerebral do doente após seu falecimento. Pelos riscos envolvidos, não se faz com o paciente vivo.

Faz parte da bateria de exames complementares uma avaliação aprofundada das funções cognitivas.

Exames de sangue e de imagem, como tomografia ou, preferencialmente, ressonância magnética do crânio, devem ser realizados para excluir a possibilidade de outras doenças. O exame de ressonância magnética com volumetria de hipocampo pode ser útil no diagnóstico de doença de Alzheimer.

A Doença de Alzheimer não deve ser a principal hipótese para o quadro demencial quando houver evidências de outras doenças que justifiquem a demência (por exemplo, doença vascular cerebral ou características típicas de outras causas de demência), ou quando há uso de medicação que possa prejudicar a cognição.

Uma novidade nas pesquisas científicas é a análise de biomarcadores de beta-amiloide (das placas senis) e de proteína tau (dos emaranhados neurofibrilares) que estão sendo estudados para auxiliar no diagnóstico preciso da Doença de Alzheimer. O exame de biomarcadores no líquido cefalorraquidiano pode ajudar na diferenciação da doença de Alzheimer das outras demências. Recentemente, foi aprovado um anticorpo monoclonal, o aducanumabe, que atua eliminando o acúmulo de proteínas tóxicas aos neurônios e pode desacelerar a doença de Alzheimer.  Se efetivo, poderá justificar o pedido deste exame.

O painel Genético para Doença de Alzheimer pode ser utilizado, especialmente, nos casos de demência de Alzheimer de início precoce para avaliação de mutações nos genes e para aconselhamento familiar.

 O PET neurológico (tomografia computadorizada com glicose marcada) ou cintilografia de perfusão ajudam a evidenciar uma redução bilateral de fluxo sanguíneo e do metabolismo nas regiões temporais e temporoparietais em doença de Alzheimer. O PET e o SPECT podem diferenciar sujeitos idosos normais, ou com comprometimento cognitivo leve, de indivíduos com doença de Alzheimer inicial.

O eletroencefalografia tem um papel importante durante a evolução clínica da doença de Alzheimer, já que cerca de 15% dos portadores dessa demência podem apresentar crises convulsivas durante a progressão da doença.


 Qual a abordagem no tratamento da doença de Alzheimer?


Abordagem envolve:

  1. Prevenção da doença de Alzheimer – controle dos fatores de risco para doenças cardiovasculares e adoção da dieta MIND.
  2. Suspensão de medicamentos que prejudicam a cognição.
  3. Psicoeducação dos familiares e cuidadores sobre doença, sintomas, evolução e tratamento.
  4. As técnicas de estimulação cognitiva, de orientação para realidade e de treino de habilidades específicas são possivelmente eficazes no tratamento cognitivo de pacientes com demência.
  5. Programas individualizados de atividade física são possivelmente benéficos para a funcionalidade de pessoas.
  6. Psicofármacos para tratamento cognitivo e de sintomas comportamentais e psicológicos.
  7. Intervenções comportamentais para estruturação de uma rotina e para sintomas psiquiátricos.
  8. Orientação de medidas para segurança do paciente.


Não se sabe como a doença de Alzheimer se inicia, mas são conhecidas nas lesões cerebrais dessa doença algumas características, as principais, são as placas senis e os emaranhados neurofibrilares. Outra alteração observada é a redução do número das células nervosas (neurônios) e das ligações entre elas (sinapses), com redução progressiva do volume cerebral.


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